segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Relatório Econômico Outubro - Brasil

Em outubro tivemos a útima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária do Banco Central), onde Taxa Básica de Juros (Selic) inalterada, devendo ser mantida também agora na próxima reunião em dezembro e se elevando por volta do meio do ano de 2010, encerrando acima dos 10% a.a. segundo estimativas do Relatório Focus. O Boletim Focus é um relatório com a perspectiva de 100 instituições financeiras na semana antecedente sobre a economia, sendo aquelas que mais acertam ficando destacadas entre as chamadas TOP FIVE.

A situação do mercado brasileiro continua positiva, de acordo com os últimos dados sobre desemprego no país o IBGE visualizou melhora na taxa, caindo de 8,1% em agosto para 7,7% em setembro. No consumo, as vendas no varejo tiveram quinto mês positivo na variação de agosto para setembro, onde no último mês o principal contribuinte para o avanço foi o consumo em hipermercados e supermercados e de produtos alimentícios.

A inflação medida pelo IPCA é estimada a acelerar no próximo ano encerrando 2010 com um acumulado de 4,43% próximo ao centro da meta, enquanto este ano as perspectivas se mantém estáveis devendo acumular 4,26% no ano. Até outubro o índice acumulava alta de 3,5%. O IGPM acumula ainda deflação (-0,34%) podendo encerrar o ano em (-1,10%) segundo boletim Focus.

Com o objetivo de regular o fluxo de capitais o Governo criou taxação de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas operações de investidores estrangeiros na BOVESPA e nas operações com ADR’s (American Depositary Receipts – Recibo de Deposito de Ações), que são as ações brasileiras negociadas Bolsa de Nova Iorque - NYSE.

Em outubro o Ibovespa apesar das grandes variações, chegando a ganhar 8,9% no mês num dos fechamentos, posteriormente recuou encerrando cotado a 61.546 pontos, praticamente estável, +0,05%, outubro marcou o oitavo avanço consecutivo do índice. A taxa média dos Certificados de Depósito Interbancário (CDI) ficou em 0,69%, ainda no menor nível histórico.

Relatório Econômico Outubro - Internacional

Nos Estados Unidos o PIB cresceu no terceiro trimestre na mais alta taxa desde o início da crise no final de 2007, 3,2%, contudo sendo a maior parte do impulso dado pelo governo, mas para se tornar um crescimento sustentável, o ideal é que este crescimento derive diretamente de gastos dos consumidores para que se torne sustentável. Com o fim do programa de incentivo para troca de carros (Cash for Clunkers) o gasto dos consumidores americanos recuou 0,5% em setembro. Apesar das vendas no varejo terem aumentado 1,4%, quando excluimos as vendas de veículos, o avanço foi de 0,2% metade do projetado por analistas, mostrando que a recuperação ainda é fraca.

Ainda nos Estados Unidos, o desemprego também continua em avanço, no maior nível em 26 anos, ultrapassando a barreira psicológica e chegando aos 10,2%.

Vista a melhora na região, o presidente do ECB (
European Central Bank – Banco Central Europeu) anunciou que deve começar a reduzir os esforços para auxilio aos bancos da região. Apesar de melhora em nos dados gerais e de exportação, a Zona do Euro (formada pelos países que adotam o Euro como moeda) registrou a maior taxa de desemprego desde 1999. Em setembro ficou em 9,7% o desemprego e a deflação ainda mostra a fragilidade no setor de consumo.

Na
Ásia: China cresce 8,9% no terceiro trimestre e expectativa para o último trimestre do ano e o primeiro do próximo são ainda melhores, rondando os 10% segundo analistas e pesquisadores. E PIB do Japão avança 1,2% no 3º Trimestre puxado pelo crescimento no consumo privado que representa 60% da economia do país.


Notícia desagradável no ambiente corporativo veio com o anúncio de concordata de uma das mais tradicionais financiadoras de PME (Pequenas e Médias Empresas), CIT
Group. Foi a quinta maior falência dos Estados Unidos, em primeiro mantém se Lehman Brothers que possuiu ativos no valor de US$691 bilhões.

domingo, 22 de novembro de 2009

O que é o IPCA ( Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ?

Buscarei explicar de forma condensada e concisa o que é o IPCA, mas se após a leitura deste artigo ainda houver interesse em se aprofundar na metodologia de cálculo, sugiro que acesse a página da instituição responsável por seu cáculo, na página do IBGE.gov.br sobre IPCA e INPC e busque o arquivo explicativo "Para Compreender o Índice" e para aqueles que necessitam realmente de informações técnicas sobre a metodologia (arquivo .zip para download) .

O IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - faz o cálculo do IPCA desde 1980, contudo sua importância tal como temos hoje só começou em julho de 1999 quando foi adotado como índice oficial de inflação do país e parâmetro para o sistema de metas inflacionárias do governo.

Com abrangência nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia, com a amostra vinda de famílias que possuem renda mensal de 1 à 40 salários mínimos qualquer que seja sua fonte.

O período de apuração deste índice é compreendido entre o primeiro e o último dia de cada mês calendário (1 à 30/31) sendo considerados uma cesta de nove grupos de produtos e serviços: alimentação e bebidas; artigos de residência; comunicação; despesas pessoais; educação; habitação; saúde e cuidados pessoais; transportes e vestuário. Contudo esta cesta de produtos pode variar periódicamente de acordo com a metodologia do IBGE.

Caso tenham permanecido dúvidas, pergunte-nos e sugiro a leitura dos arquivos e artigos indicados durante o texto.

Um Abraço!

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O que são Fundos de Investimento ?

Dentre as perguntas que mais respondo de pessoas sem conhecimento do mercado e que querem investir é: "Eu tenho pouco dinheiro, onde devo investir?". Uma das maiores dificuldades que encontro no mercado é convencer as pessoas de que para investir em ações não há necessidade de grandes quantias, contudo de melhor conhecimento sobre o mercado do qual participará, é aí que surgem os Fundos de Investimento.
Conforme descrito na Instrução CVM Nº409 em seu artigo 2º:
"O fundo de investimento é uma comunhão de recursos, constituída sob a forma de condomínio, destinado à aplicação em títulos e valores mobiliários, bem como em quaisquer outros ativos disponíveis no mercado financeiro e de capitais, observadas as disposições desta Instrução."
De forma mais didática tentarei exemplificar da seguinte forma:
Suponha que você more numa casa e queira colocar internet banda larga e o custo mensal será de R$129,90. E por acaso, você descobre que o mesmo serviço, quando contratado por um condomínio de 10 residências custará R$890,00 por mês. Então você pensa: "890 dividido entre 10 moradores é igual a 89,00 por mês, então . . . !?!"
Isso mesmo, o valor pago individualmente sai bem mais caro do que se fosse feito em conjunto(condomínio) com outras pessoas. Da mesma forma funciona um condomínio de investimento, mais conhecido como Fundo de Investimento.
Um Fundo de Investimento - FI - nada mais é do que uma "pequena empresa" que auxiliará nos investimentos de seus sócios, também conhecidos como cotistas, sendo que estes possuem ali os mesmos objetivos. Ou seja, os cotistas investem seu dinheiro no FI e este aplicará os recursos de seus sócios em ativos financeiros em busca de lucro.
Contudo, nos perguntamos: "Quem é que define onde será investido o seu dinheiro quando aplicado num fundo?" A resposta está na própria estrutura do Fundo, que se dá da seguinte maneira:
  • Administrador: Todo fundo possui um administrador, seja ele pessoa física ou jurídica, é o responsável pela burocracia do fundo, desde sua abertura (todo fundo possui CNPJ próprio) e acompanhamento do funcionamento do fundo devendo contratar um Auditor e outros serviços necessários à sua regularidade perante a CVM;

  • Gestor: Ele é o profissional responsável pela escolha e operações (compra e venda) dos ativos (ações, títulos, derivativos, etc.) que farão parte da da carteira do fundo, respeitando os limites impostos pelo Regulamento do Fundos. O Regulamento é onde se encontram as regras de funcionamento do fundo, este é elaborado pelo administrador em conjunto do gestor.

  • Custodiante: Necessariamente um banco que fará a guarda dos recursos financeiros do fundo, ou seja, é onde ficam o dinheiro e os outros ativos pertencentes ao FI.

  • Auditor: Responsável pela fiscalização contábil do fundo.
Portanto, posso afirmar com certeza que, para aqueles que possuem poucos recursos financeiros e pouco conhecimento, mas ainda assim quer investir imediatamente, o primeiro passo é buscar conhecer os Fundos de Investimento que seu banco oferece, pois as maiores vantagens são:
  • Diversificação da carteira de investimentos, podendo aplicar nos mais diverosso produtos e com um custo transacional bem menor, utilizando se de produtos que apenas grandes investidores tem acesso; e

  • Gestão especializada da sua carteira, ou seja, você não precisa ser um expert em mercado financeiro, derivativos, ações e em nada mais, pois num fundo existe um gestor experiente o suficiente para auxiliá-lo em seus investimentos de forma profissional.
Ressalto ainda que é de máxima importância a leitura do regulamento do fundo e sua total compreensão antes de qualquer investimento, pois existem diversas classes de fundos, dentre elas algumas muito arriscadas, onde você pode perder mais do que investiu, esses são conhecidos como fundos alavancados.
Mais a frente estudaremos as diversas classes de fundos:

  1. Fundo de Curto Prazo;
  2. Fundo Referenciado;
  3. Fundo de Renda Fixa;
  4. Fundo de Ações;
  5. Fundo Cambial;
  6. Fundo de Dívida Externa; e
  7. Fundo Multimercado.
Desta forma me despeço, espero que tenham entendido o básico sobre o que é um Fundo de Investimento, qualquer dúvida não hesitem em nos perguntar.

Obrigado e um grande abraço.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Resumo Indicadores Financeiros - Fechamento Outubro

No mercado de ações o principal Índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, encerrou outubro praticamente estável, confira abaixo o desempenho dos principais índices de ações:

Ibovespa: +0,04% no mês e acumula +63,90% no ano encerrado em outubro;
IBrX50: +0,22% no mês, acumulando alta de 57,03% no ano;
IBrX100 ou IBX: 0,35% no mês e +56,64% no ano;

No segmento de Renda-Fixa vimos o CDI em outubro avançando 0,6912% e acumula no ano 8,3729%.

Fontes: CETIP.com.br e Bovespa.com.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O que é Inflação ?

Inflação, como o próprio nome diz, vem do verbo inflar, ou seja, aumentar excessivamente, nesse caso estamos falando de inflação de preços.

A inflação é caracterizada pelo aumento generalizado no nível de preços num determinado período. De uma forma mais simples e completa explicarei da seguinte forma:

Um índividuo que possui uma renda mensal de 3 salários mínimos e casado, mas sem filhos, possui um determinado padrão de vida, com um carro um apartamento, cursa uma pós-graduação, compra mensalmente roupas novas e vai pelo menos 2 vezes por mês ao cinema e jantar fora com a esposa. Todos estes gastos que o índividuo possui constituem o seu custo de vida, para manter aquele padrão. Contudo, os preços dos itens que ele consome sofrem variação mensalmente e se considerarmos uma média ponderada da variação nos preços de sua cesta de itens de consumo teremos um Índice de Preços.

Por exemplo, supondo que ele gaste somente com alimentação e seus gastos sejam distribuidos da seguinte forma:

  • 30% gastos com Arroz;
  • 20% gastos com Feijão;
  • 40% gastos com Carnes;
  • 10% gastos com Leite;

E que em determinado mês as variações nos preços destes itens foram respectivamente +1%; +2%; -1%; e -0,5%; para obtermos a média ponderada da variação de sua cesta de produtos basta multiplicarmos a variação no preço do produto por sua participação (%) na Cesta de Compras e somarmos os resultados da seguinte forma:

Arroz = 30% x 1% = 0,30%

Feijão = 20% x 2% = 0,40%

Carne = 40% x (-1%) = -0,40%

Leite = 10% x (-0,5%) = -0,05%

Inflação = 0,30% + 0,40% - 0,40% - 0,05% = 0,25%

Do mesmo modo, os Índices de Preço, em geral, mensuram a variação no preço de uma Cesta de Compras média da população analisada, ou seja, quando dizemos que a inflação em determinado mês foi de 0,25%, isso significa que o custo dos consumidores com os produtos usuais estão 0,25% mais caros, numa média ponderada, significando que os preços como um todo aumentaram 0,25%, mas não se excluindo o caso de que algum dos produtos de sua Cesta de Consumo tenha sofrido deflação (queda nos preços), como no caso do leite e da carne do exemplo anterior.

Por isso, dizemos que quando há inflação o poder de compra dos consumidores diminui. Por exemplo, se um carro custa hoje R$10.000 e no próximo mês há uma inflação de 1,2% em seu preço significa que seu valor passou a ser de R$10.120. Daí dizer que R$10.000 hoje vale menos do que R$10.000 daqui a um ano, pois se a inflação for muito elevada o poder de compra destes R$10.000 é menor, se antes comprava-se um carro, agora necessita-se de mais dinheiro.

Então fique atento, pois se você está fazendo um investimento num fundo de renda fixa com uma rentabilidade média de 0,7% ao mês, mas a inflação é de 1% ao mês, fique atento, pois você não está ganhando dinheiro algum, na verdade está perdendo. Este é um tema que trataremos no próximo post, onde aprenderemos o que é Juros Real e Juros Nominal e como eles se relacionam com nossos investimentos.

Numa prévia, adianto que no Brasil possuímos vários índices de inflação, dentre eles os principais são:

  • IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo)
  • INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor)
  • IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna)
  • IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)
  • IPC-FIPE (Índice de Preços ao Consumidor - Medido pela FIPE/USP)
  • INCC (Índice Nacional da Construção Civil)
  • IPA (Índice de Preços do Atacado)
Alguns deles serão detalhados com suas características nos próximos posts, por isso fique atento para saber qual você deverá utilizar para comparar com seus investimentos.

Abraços.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O que é Investir ? Investimentos

Enquanto muitas pessoas pensam que investir é apenas guardar seu dinheiro na Caderneta de Poupança, venho tentar clarear o verdadeiro significado desta palavra e mostrar que poupar não é investir.

Apesar de sua semelhança com poupança, investimentos também exigem a acumulação de riquezas, o ato de investir é muito mais amplo, dado o fato que investir é abrir mão do consumo presente para um consumo muito mais valioso no futuro, ou seja, investir é aumentar o estoque de riqueza.

Quando uma pessoa economiza dinheiro, o guarda debaixo do colchão ou naquele cofrinho caseiro, ela não está fazendo nada além de acumular riqueza (poupando), porém se este mesmo dinheiro for depositado/aplicado em algum produto de investimento que lhe gere uma renda/rentabilidade/valorização aí sim ela estará investindo, ou seja investir consiste em multiplicar seu estoque de riquezas
Investimentos podem se dar com aplicações em vários Produtos de investimento, sejam eles:

Em economia o conceito de investir está em criar riqueza, por exemplo, quando uma pessoa compra uma casa para morar ela não está investindo, ela está na verdade consumindo, pois esta casa será utilizada e também gerará despesas. Agora, se uma pessoa comprar uma casa e colocá-la para alugar, deste modo lhe gerando renda, então neste caso sim ele está fazendo um investimento, seja ele bom ou ruim.

Porém, um investimento para um indivíduo pode não ser um investimento para a comunidade, pois se observarmos, ao comprar uma casa e alugá-la a geração de riqueza foi apenas pessoal, enquanto para a sociedade a riqueza se manteve a mesma, pois a casa ainda é a mesma. Mas, se ao invés de comprar uma casa pronta, ele construir uma casa nova e depois alugá-la ou vendê-la aí sim do ponto de vista economico houve geração de riqueza.

Mais a frente passaremos a analisar alguns aspectos específicos dos produtos em si que determinam se são ou não um bom investimento e porque nem sempre aplicar na Caderneta de Poupança é investir. Um dos fatores que, já adiantando, são importantes a se considerar é a inflação que desvaloriza o dinheiro, de forma que se a poupança render 8% num ano e a inflação for de 9%, na verdade não houve ganho algum para o "investidor", mas este é um outro tema que abordaremos num próximo post sobre inflação e juros reais.

Em nosso blog trataremos no geral de investimentos, porém voltado para investimentos pessoais ou investimentos profissionais, principalmente com o objetivo de ensiná-los sobre os diversos produtos de investimento encontrados no mercado financeiro.

Lembrando sempre que estamos abertos a sugestões e dúvidas, gostaria de agradecer àqueles que tem frequentado nosso blog.

Um grande abraço.